A psicanálise é uma teoria que nasceu voltada para pacientes com funcionamento neurótico, o que explica a ideia, no senso comum, de que ela seria indicada para um grupo específico de pacientes. Na verdade, a teoria psicanalítica foi sendo atualizada e ampliada por outros autores, sendo hoje indicada para diversas formas de sofrimento psíquico, desde as mais leves até aquelas que apresentam maior gravidade. Algumas pessoas que buscam um tratamento psicanalítico, inclusive, já passaram por outras abordagens e não obtiveram os resultados esperados.
As queixas, sintomas e transtornos apresentados pelos pacientes são uma expressão de conflitos latentes, em grande parte inconscientes, que precisam ser desvendados, compreendidos e elaborados para que ganhem novos significados. Por este motivo, a psicanálise escuta o sujeito, buscando a origem e as causas desse sofrimento, valorizando a história de cada pessoa e seus efeitos na constituição da sua personalidade e subjetividade. Esse olhar possibilita que o paciente possa desarticular padrões repetitivos que lhe causavam desconforto, para ,então, construir novos caminhos, através dos quais obtenha maior satisfação em todos aspectos da sua vida.
Os pacientes chegam ao tratamento com sofrimentos em diversos estágios e problemáticas com graus diferentes de complexidades. Alguns vêm para o tratamento com uma certa noção daquilo que lhes faz sofrer. Conseguem nomear e identificar seus sentimentos e tem alguma teoria sobre aquilo que lhes acontece. Ainda assim, percebem o quanto é difícil resolver suas questões sozinho. Outros se sentem mais reféns dos sentimentos que lhes invadem e não conseguem compreender os motivos e nem vislumbrar saídas para sua situação. Existem pessoas que buscam ajuda para problemas de relacionamento, dificuldades no trabalho ou mesmo por questões mais internas, como sentimentos de vazio, fracasso, angústia, culpa, inibições e impedimentos das mais diversas formas.
Seja qual for o caso, as sessões iniciais têm o objetivo de realizar uma avaliação, através da qual será compreendida a conflitiva do paciente, para se estabelecer a direção do tratamento e as combinações que nortearão o processo analítico.
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